Qualé rapa? O que que há? Tai mais um texto quem pensou que ia acabar?
Olá queridos amigos!!!!!!!!! Saudades de Vocês!
Volto com mais detalhes desta narração, sobre a saga de Guto pelo velho continente.
Importante salientar que esta epopéia continuará sendo contada de maneira fiel aos fatos ocorridos. Isso devido à imparcialidade crítica do jornalismo investigativo, a honestidade política, o amor à camisa e também porque o nariz de quem mente cresce, (lembrem-se do boneco Pinóquio, que ao desobedecer seu papai Jepeto e contar incessantes lorotas, teve seu nariz alongado).
Já se passaram alguns meses desde que este que vos escreve partiu de sua terra natal com destino ao tempo gélido francês.
Sim, aqui está realmente frio, uns –5º, mas lógico que todos os nativos adoram tirar um sarro da cara dos brasileiros, perguntando se no Brasil o tempo não é assim? E para finalizar a sacanagem ainda nos adiantam com a cara mais lavada do mundo:
“Você tem de esperar o fim de dezembro, começo de janeiro, ai sim vai estar frio”
Incrível o vasto conhecimento francês sobre as terras tupiniquins, ele pode ser resumido em apenas uma palavra: “Futebol”. Juninhoooo, Crrrrrrris, Frrrrred, Caçapá, Ronaldinhoooooo, Romariooooooo e Pelêeeee são nomes indispensáveis nas conversas sobre o Brasil.
Lógico que nós brasileiros possuímos muito mais informações sobre a França. Qualquer um sabe que é aqui que fica aquela torre famosa, ou sabe que vem daqui os melhores perfumes, assim permitindo que os nativos não tomem banho e muitas outras coisas sobre a terra do biquinho.
Mas como só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão, vou me tornar o guia virtual de vocês, mortais abençoados por essa mensagem, em uma viajem eletrizante pelas terras Allan Kardec.
Eu poderia passar horas contando sobre as maravilhas européias, construções medievais, sobre as tradições e muitos outros costumes. Poderia também encher lingüiça com o já manjado bla bla bla de boas festas, somente para aumentar a quantidade de linhas. Mas, não como o Guto é um cara batuta, (se você não acha, cala a boca e minta para mim), ele vai contempla-los com um assunto de maior interesse, aquele assunto que todos adoram ouvir em uma narração épica, MICOS!
Irigny: Um charme de cidade
Com poucos comércios, população tímida, uma linha de ônibus e um número incontável de três barzinhos, (um deles também serve como bingo), Irigny cativa pela sua simplicidade.
Explicando:
Ao chegar na França nosso viajante ficou hospedado em uma casa situada em uma ville da Grand Lyon, mais ou menos a 40 minutos do centro.
Era 15 de setembro, (aniversário de nosso Sheik), depois de passear com Maya, (a cachorra poliglota), e caminhar algumas milhas em busca do clic de uma paisagem parnasiana, nosso Sebastião Salgado resolveu se sentar em um bar e fazer uma comemoração solitária pelo seu dia
A escolha foi árdua devido às centenas de opções oferecidas, mas um local em especial chamou a atenção de nosso tutor. A fachada dizia Bar e Restaurante, a localização, defronte a Mairie (prefeitura) de Irigny e os cinzeiros feitos de conchas, (tipo aquela da Shell), trouxeram à lembrança da carrocinha de cachorro quente da avenida Anchieta, onde se pode degustar de uma alimentação saudável e gozar da visão do Palácio dos Jequitibás.
Sem titubeios o recinto foi adentrado, nosso corajoso invasor encostou-se no balcão, estufou o peito e disse em alto e bom som: “Bonjour”. Após esta incrível inserção nada mais separava nosso garoto do sabor macio de uma cerveja gelada. A não ser o fato de que o buteco não tinha um cardápio. Então a comunicação se tornou dinâmica e por momentos gloriosa.
A senhora perguntou se o cardápio seria para escolher algo para comer. (Comer? Que pergunta infame, e nosso companheiro vai a bar para comer?). A resposta foi rápida e firme: Não. beber!
“O que você quer beber?” perguntou a senhora,
“Bière’, responde em tom firme nosso pinguço”.
Pedido realizado. Após um delicioso gole, de brindar consigo mesmo e se auto dedicar um discurso de saúde, paz e mais cerveja, era hora de conhecer pessoas novas. O chamariz? Falar que é brasileiro é sempre uma boa pedida, e a ocasião oferecia outra oportunidade. Falar que era seu aniversário.
Este argumento foi uma bela entrada, e rendeu 2 chops na faixa, ainda bem, pois cada um deles era vendido ao exorbitante valor de 2,40 euros.
Mas o fator determinante neste momento era que o local invadido não era apenas um bar, nem apenas um restaurante. Os que se faziam presentes esperavam aflitos a próxima rodada do “Rápido”, (bingo local), que ocorre a cada 5 minutos.
Durante as pausas os menos embriagados (isso era 3 horas da tarde) trocavam idéias e reclamavam da má escolha dos números. (incrível como todos sempre falam que iam escolher os números certos).
Os totalmente embriagados, como de praxe tentavam se comunicar com nosso infeliz narrador. Coitado, além de fazer uma péssima escolha de onde sua graça seria espalhada ainda teve de agüentar a curiosidade ébria sobre o Brasil.
Moda:
Não é à toa que a França é a capital da moda. Afinal, as pessoas podem sair com qualquer roupa sem se preocupar com a opinião alheia.
Essa despreocupação gera cenas impagáveis, como uma velha CyberPunk-dreadlokRasta-newmetal-hippie e seu fiel escudeiro, que de poodle de madame se transformou num Bob Marley albino com mexas cor de rosa.
Ou que tal a cobinação? Terno completo, todo engomadinho no tiozão, mas o transporte: Um patinete, (sabe aquele que foi moda entre a garotada?).
Essa cena só é possível pois Lyon é uma cidade bem plana, então algumas pessoas preferem trocar o calor humano, a passação de mãos e o cheirinho de roupa guardada dos transportes públicos por patins, skates, patinetes ou a já consagrada magrela.
Qué mata a velinha?
Quando não se fala bem um idioma, ou não entendeu necas de pitibiriba do que lhe foi falado uma boa estratégia é moderar a situação com um simples, porém bem colocado “Sim”, no meu caso “Oui”!
Mas às vezes essa tática milenar pode custar um bom mico.
Ainda era verão, então porque não dar uma volta com Rangel e Nina, sua rotweiller enorme com a famosa cara má da raça?
Depois de darmos um belo passeio com direito de banho no Rio Rhone, correr atrás de passarinhos, patos, marrecos e até uns ratinhos, resolvermos voltar para casa. No caminho, uma parada chave para a aquisição de uma caixa de cervejas.
Neste momento nosso Claude Levis- Straus fica sozinho com Nina na porta da venda, é então que chega a passos calmos uma simpática velinha, que com um sorriso maroto, mas desconfiada com a presença da rotweiller, balbucia palavras incompreensíveis, rebatidas com a maior cara de pau com o tão precioso Oui!
A simpática representante da melhor idade trocou o sorriso contente por uma cara de pavor, como se algo de muito ruim fosse acontecer.
O que devolveu a respiração à tão estranha senhora foi a chegada de Rangel.
A quase morta repetiu a frase que desencadeou o quase infarto, mas desta vez quem se assustou foi Rangel, que prontamente respondeu: Non, Non pas du tout, (algo tipo, não, não, absolutamente não).
Quando retornamos à nossa caminhada ao lar perguntei curioso:
“Mas Rangel, me diga bichinho, que diacho ela queria tanto saber?”
“Ela perguntou se esse era cachorro que matava velinhos?”
História explicada, ataque cardíaco controlado e muita risada até em casa.
Por isso, agora troquei o simples, porém perigoso Oui, pela bela frase:
“Pardon, dá pra repetir? Eu sou um pouco surdo!”
Hahahahhahah, melhor né?
Mas vou parando por aqui, depois volto com mais alguns micos, que não são poucos, afinal, vocês conhecem a tendência de Guto pelas coisas mal feitas. Tem a história da invasão, da caçamba, do bonde do caranguejo entre outras várias. To começando a achar que minha vida é uma comédia!
Vou aproveitando o espaço pra mandar um beijão pra crianças e pra vovó, e não posso me esquecer da Éguinha Pocotó...Pocotó, Pocotó...
Hahahahahha Não teve como segurar. Perco o amigo, mas não perco a piada!
Feliz Natal e um ótimo ano novo para todos, que Papai Noel traga para vocês muita felicidade, saúde, paz, alegria e um pouquinho de sacanagem, pois todo mundo é filho de Deus!
Mais algumas respostas importantes:
Sim, ta frio demais e já nevou
Sim mãe, eu continuo escovando os dentes e tomando banho
Sim pai, to estudando, tenho até conseguido passar mais de 5 minutos nos livros
Não, ainda não sei onde se compra esse tal de juízo. Já falaram que por aqui vende, mas como não sei o que ele come, não sei se vou poder criar.
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